quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Amor é fogo que arde sem se ver ... Luis Vaz de Camões 

 

Amor é fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói, e não se sente;
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer.
É um não querer mais que bem querer;
é um andar solitário entre a gente;
é nunca contentar-se de contente;
é um cuidar que ganha em se perder.
É querer estar preso por vontade;
é servir a quem vence, o vencedor;
é ter com quem nos mata, lealdade.
Mas como causar pode seu favor
nos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo Amor?


Vamos agora refletir um pouco sobre o AMOR, palavra subjetiva, apenas sentida por quem sabe seu significado. O poema acima, de um dos mestres da literatura portuguesa, traduz bem a "linguagem" desse sentimento tão profundo dentro de cada um de nós.

O fogo que arde sem se ver, é a emoção contida dentro de sí, é a vontade de gritar aos quatro ventos, que a felicidade mora em ti.
A ferida que dói e não se sente, é o medo de se entregar as aventuras, é o frio na barriga que vem diante das situações inesperadas.
Nunca contentar-se de contente é querer sempre mais e mais, é ter o vício da alegria, mas buscar sempre algo a mais.
Ter com quem nos mata, lealdade. É estar sempre alí, do lado, muitas vezes amando em silêncio e zelando pelo amor.
Andar solitário, não quer dizer que está sozinho! Apenas que você precisa de um momento consigo, para seguir em frente.
-
Amor, palavra confusa. Mas que até mesmo os irracionais sabem seu conceito e o praticam melhor do que os que são considerados inteligentes.

0 comentários:

Postar um comentário

 
;